sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Fisioterapia e o Fisioterapeuta




1 - Quem é o Fisioterapeuta?

Profissional da área da saúde com formação acadêmica superior, que a partir de uma visão generalista, humanística, crítica e reflexiva, está capacitado a atuar em todos os níveis de atenção a saúde - preventivo, curativo e reabilitador - nas áreas educacionais administrativas e de pesquisas cientificas.

No que concerne o processo fisioterapêutico, o mesmo está habilitado a realizar o diagnóstico dos distúrbios cinético-funcionais, prognóstico, prescrição, intervenção e alta, desenvolvendo competências e habilidades inerentes ao seu perfil profissional com responsabilidade, ética e autonomia.

2 - O que é Fisioterapia?

É uma ciência da saúde que estuda o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, nas suas alterações patológicas, e repercussões psíquicas e orgânicas. Atua no sentido de preservar, manter, restaurar ou desenvolver a integridade de órgãos, sistema ou função. Busca, portanto, a reintegração (reabilitação) do indivíduo à sociedade, no que tange a sua atividade funcional, visando o equilíbrio da saúde e melhoria na qualidade de vida.

A fisioterapia possui um corpo de conhecimento e metodologia de intervenção terapêutica próprios, respaldados no domínio dos conhecimentos adquiridos pelo estudo das ciências biológicas, morfológicas, fisiológicas, da bioquímica, de biofísica, da biomecânica, da cinesiologia, da sinergia funcional, das patologias de órgãos e sistemas, bem como das disciplinas comportamentais e sociais.
» História
A profissão de Fisioterapeuta possui uma história de lutas e conquistas por reconhecimento. Foi regulamentada oficialmente no Brasil pelo Decreto-Lei no938, de 13 de outubro de 1969. Os militares sensibilizados com a qualidade do tratamento dado ao então Presidente do Brasil, Costa e Silva - que havia sofrido um AVC – decretam a criação da profissão.

Em 17 de dezembro de 1975, através da Lei no 6313, o Presidente Ernesto Geisel, cria o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), que passam a fiscalizar e reger o exercício da profissão.

O reconhecimento da identidade profissional pelo Serviço Público Federal só ocorreu em 1994, através do Decreto no 90.640. Essa Lei confere ao profissional de fisioterapia o direito de avaliar, orientar, prescrever e coordenar a fisioterapia na saúde pública em geral.


3 - Áreas de Atuação:

a. Fisioterapia Clínica
- Hospitais e clínicas
- Ambulatórios
- Consultórios
- Centros de Reabilitação
b. Saúde Coletiva
- Programas institucionais
- Ações Básicas de Saúde
- Fisioterapia do Trabalho
- Vigilância Sanitária
c. Educação
- Docência (níveis secundário e superior)
- Extensão
- Pesquisa
- Supervisão (técnica e administrativa)
- Direção e coordenação de cursos
d. Outras
- Indústria de equipamentos de uso fisioterapêutico
- Esporte
e. Especialidades Reconhecidas
- Acupuntura
- Quiropraxia
- Osteopatia
- Fisioterapia Pneumo Funcional
- Fisioterapia Neuro Funcional
- Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional

4 - Exigências para exercício profissional

Registro Profissional (Pessoa Física)

a) Para o exercício da atividade profissional de Fisioterapeuta no país, é exigível além da formação em curso universitário superior, o registro do seu título no Conselho Profissional da categoria;

b) A atividade profissional só é permitida após o trâmite processual e a concessão de autorização provisória de trabalho ou Carteira de Identidade Profissional de Fisioterapeuta (Lei n0 6.31 6/75).


Responsabilidade Técnica

(Registro de Pessoa Jurídica)
a) Toda empresa ligada à produção de equipamentos de utilização em Fisioterapia e as que prestam assistência fisioterapêutica, são obrigadas ao registro nos Órgãos de controle e fiscalização do exercício da atividade profissional da Fisioterapia (Lei n0 6.316/75);

b) No momento da solicitação de seu registro, deverão apresentar profissional Fisioterapeuta, para assumir a responsabilidade técnica da Empresa perante o órgão de fiscalização, a quem será imputada às responsabilidades pelas quebras da ética social que não sanear ou denunciar.


Veja este artigo na íntegra mais a legislação e honorários no site:

http://www.crefito7.org.br/

Asma, do que se trata?



A asma brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. As chamadas vias aéreas são compostas pelos brônquios e pelos bronquíolos que são os "tubos" responsáveis por levar o ar que respiramos até os pulmões. Como se pode imaginar, existe um calibre (ou "largura") normal destas vias aéreas; os pacientes asmáticos têm episódios recorrentes de diminuição deste calibre ou largura (episódios que são
tecnicamente chamados de broncoconstrição), o que vai resultar dificuldade para a passagem do ar.

A asma não afeta a parte principal dos pulmões, os alvéolos, região em que se dá a captação do oxigênio essencial à nossa vida. Estes episódios de broncoconstrição podem reverter-se de maneira espontânea ou, mais facilmente, com o uso de medicamentos que chamamos de broncodilatadores (dilatação = aumento do calibre ou largura).

A asma é, na grande maioria dos casos, uma doença relacionada a alergia que causa inflamação das vias aéreas.
A alergia manifesta-se de maneira diferente em diferentes regiões do nosso corpo e nos pulmões se apresenta como uma resposta exagerada das vias aéreas a estímulos ou a substâncias comuns do nosso dia-a-dia, estímulos que chamaremos de alérgenos e/ou desencadeantes.

Por ser uma doença que causa inflamação, além dos broncodilatadores devemos usar medicamentos indicados para controle também da inflamação. O mais usado são os corticóides aplicados diretamente na via aéreas, através de inaladores.

Durante um episódio de crise ou exacerbação os pacientes geralmente têm a sensação de falta de ar, tosse e ruídos no peito conhecidos como sibilos ou chiados, produzidos pela passagem do ar dificultada pela diminuição da largura dos brônquios.

A falta de ar é mais sentida nos períodos de crise ou se a doença não está bem controlada. A tosse seca e persistente pode ser um sintoma indireto de asma; a tosse com secreção pode seguir-se ao quadro de crise, ou até significar um episódio de infecção das vias aéreas (viral ou bacteriana). O chiado tem relação com a dificuladade da passagem de ar pelas vias aéreas, que encontram-se com a seu diâmetro ("largura") diminuído.

As crises asmáticas costumam ser periódicas, principalmente naqueles pacientes que não fazem uso de medicações usadas pelo médicos como profiláticas, ou seja, indicadas para se evitar a inflamação e consequentemente as crises.A maioria dos pacientes asmáticos bem controlados não deve ter sintomas; as crises devem ser raras. Não é raro que existam outras doenças alérgicas associadas como eczema (dermatite atópica), rinite ou urticária.

Para ver este artigo na íntegra, acessem:

http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=407

Os benefícios da Fisioterapia no Tratamento da Asma Brônquica



A asma brônquica trata-se de uma afecção complexa em seu tratamento, por se tratar de uma patologia que exige a colaboração de diversos profissionais na área de saúde, dentre eles, o fisioterapeuta.
Durante as crises, o espasmo, o edema e a hipersecreção são os fatores responsáveis
pela obstrução brônquica causando uma inspiração rápida e superficial, enquanto a
expiração é longa e ineficaz, levando à hiperinsuflação pulmonar, ocorrendo uma alteração da mecânica ventilatória com rebaixamento das cúpulas diafragmáticas, redução de seu trajeto durante os movimentos respiratórios, prejudicando a ventilação basal.

A caixa torácica adota uma atitude em inspiração, com diminuição da mobilidade costal. Em vista das alterações citadas. Entram em ação os músculos acessórios da respiração (trapézio, escalenos, peitorais, esternocleidomastóideos), caracterizando a respiração torácica superior, que leva a um grande consumo de energia.
Por essa razão, durante a crise, o asmático tende a adotar posturas que facilitam a
ação dos músculos acessórios da respiração.

Com esse padrão respiratório fica reduzida a expansão do tórax inferior, a
respiração torna-se ineficaz, aumenta progressivamente a tensão da musculatura acessória e o asmático entra em exaustão. Dois aspectos ainda podem ser aqui
considerados: a hipersecreção e a ansiedade.
A predominância do componente secretório, comum em crianças até cinco anos de idade,
pode levar a obstrução das vias aéreas durante longos períodos de tempo. A ansiedade
sempre presente, em maior ou menor intensidade, pode constituir em alguns casos, fator de agravamento da crise.
Após uma anamnese detalhada do paciente, o fisioterapeuta traçará um plano de tratamento mais adequado, levando em consideração o diagnóstico dos outros profissionais, a avaliação postural, padrão respiratório, características da
crise (início, reação do doente e familiares, postura assumida pelo doente e etc.).
Trata-se de um tratamento longo, tornando-se necessário manter os familiares orientados e contando com a colaboração deles, bem como, manter atualizados os registros da evolução do tratamento.
Os objetivos principais da fisioterapia respiratória para o paciente com asma brônquica são:
l — Melhora da mecânica respiratória, que visa garantir melhor ventilação e menor
consumo de energia;
2 - Limpeza brônquica, realizada através de hidratação, fluidificação, drenagem
postural, percussão e vibrações torácicas e tosse ensinada. Assume importância
tanto maior, quanto maior for o componente secretório do doente. Os familiares devem
ser orientados quanto as posições de drenagem postural mais importantes e as demais
técnicas de limpeza.
(Importante: é contra-indicada a limpeza brônquica na vigência de broncoespasmo intenso uma vez que esse pode aumentar com a percussão torácica, além disso, as posições de drenagem não são toleráveis durante a crise)
3 - padrão respiratório: tem por objetivo levar o doente a adotar um padrão respiratório com menor gasto de energia. Pode ser conseguido através de:
a) relaxamento: qualquer técnica pode ser utilizada pelo terapeuta, desde que
leve a bons resultados. O relaxamento é tanto mais necessário quanto mais tenso e ansioso é o doente e deve ser feito sempre no início da sessão, com ênfase especial à musculatura espáculo-umeral, pescoço e rosto;
b) exercícios de respiração diafragmática visam melhorar as incursões diafragmáticas. É o que faz que a respiração seja mais econômica uma vez que o diafragma é responsável pela maior parte da expansão torácica na respiração normal. O treinamento da respiração diafragmática é feito em decúbito dorsal, sendo essa a posição de escolha para a fase inicial, facilitando o controle e o relaxamento dos ombros. São orientados também os decúbitos laterais, a posição sentada e em pé. Esses exercícios devem ser realizados diariamente conforme orientação do fisioterapeuta;
c) exercícios de respiração costal: são os exercícios de mobilidade costal
e executados nas duas fases da respiração embora a fase expiratória seja sempre a
mais importante de ser treinada;
d) fortalecimento da musculatura respiratória: referese ao diafragma e músculos abdominais, utilizando exercícios de resistência manual, peso ou outro material.
O treinamento para crianças em idade pré-escolar deve ser realizado com o auxílio
de brinquedos de sopro e sempre num clima de descontração e brincadeira.
3 — Controle e espaçamento das crises, que leva a criança a tentar superar sua crise
através do controle da respiração. Consiste no treinamento diário, contínuo, durante toda a intercrise e em exercícios de respiração diafragmática que será utilizada logo que a criança perceba que vai se iniciar a crise asmática. Na verdade, o bom desempenho da criança na crise depende desse treinamento diário. Compreende-se, portanto, a importância da família no acompanhamento da criança, na sua persistência no treinamento e na sua atitude na vigência da crise.
No início da crise a criança deverá procurar uma postura que facilite a realização da
respiração diafragmátíca e ao mesmo tempo que relaxe o tórax superior, ao invés de utilizar a musculatura acessória. A criança tende a adotar a posição de maior conforto, que geralmente é o decúbito dorsal elevado ou lateral elevado. Os lactentes preferem a posição vertical, no colo, onde se sentem confortáveis e seguros, diminuindo assim a ansiedade. A atitude da mãe e/ou familiares durante a crise é de grande importância, não devendo ser envolvida por afobação, tristeza, pânico
ou desespero. Ao contrário, a criança precisa sentir-se relaxada para ter um bom desempenho respiratório e é evidente que sua ansiedade deve ser a menor possível. A respiração diafragmática que a criança realizará deverá ser como aquela do treinamento, da melhor maneira que ela conseguir realizar. Nem sempre esta será a respiração correta ou ideal. É somente com muito treino e vontade que a criança passa a se utilizar dessa respiração na crise com sucesso e é só depois desse desempenho que ela acreditará ser realmente capaz de realizar seu controle respiratório.
4 — Correção e prevenção de deformidades, consequência da má postura.
A avaliação postural do asmático traz habitualmente os seguintes dados:
- ombros elevados e protraídos;
- aumento da cifose dorsal;
- aumento do diâmetro anteroposterior do tórax com saliência do esterno;
- aumento da lordose lombar;
- escápulas abduzidas e rodadas;
- além da deformidade em peito de pombo ou barril ou ainda "excavatum" e tensão muscular variável de toda a musculatura de pescoço, ombros e rosto. Encontram-se inclusive, alterações de posição de cabeça, quadril e membros inferiores.
Pode-se tentar prevenir essas deformidades através de ginástica postural que consiste
em:
a) relaxamento, principalmente da face, pescoço e tórax superior;
b) mobilidade, da cintura escapular e torácica;
c) estiramento dos músculos contraturados e retraídos, especialmente peitorais, paravertebrais cervicais e lombares, isquiotibiais, psoas e grande dorsal;
d) fortalecimento da musculatura abdominal (reto e oblíquos) e paravertebral.
Incluem-se aqui também exercícios de agilidade e flexibilidade.
A ginástica postural pode ser feita individualmente ou em grupo sendo que nesse
último caso sempre haverá maior motivação e sociabilidade. O uso de material auxiliar
como bolas e bastões pode ser também bastante atraente e eficiente.
5 — Readaptação ao esforço que é a continuidade do tratamento físico tentando dar à criança condições de vida mais próximas ao normal, integrá-la em seu meio e nas atividades normais para a sua idade. Compreende o treinamento da deambulação, uso de escada e rampa acompanhadas de respiração adequada, corrida e outras atividades como ginástica olímpica, bicicleta e a prática de esportes como futebol e natação.
Grande polêmica envolve a indicação da natação para crianças asmáticas. Sabe-se
que a natação é um excelente esporte para qualquer criança inclusive para a asmática.
Porém é necessário um prévio controle respiratório por parte do asmático, ou seja, que a criança adquira a capacidade de perceber o momento no qual sente dificuldade respiratória e possa controlar sua respiração. Sendo assim, o asmático deveria realizar a reeducação respiratória simultânea ou anteriormente a natação. Alguns centros esportivos proporcionam esse tipo de atendimento que é o que melhor satisfaz as necessidades da criança asmática. A natação favorece o desenvolvimento
motor, o controle corporal, o fortalecimento muscular e age também em alguns aspectos
emocionais como a segurança, a autoconfiança, a criatividade, o equilíbrio emocional
e a sociabilidade. Auxilia também a coordenação dos movimentos respiratórios, a melhor expansão torácica e a prevenção das deformidades já referidas.
Como em qualquer outra atividade, o desempenho ou sucesso da criança na natação
depende de seu temperamento, personalidade, motivação para a atividade, conscientização e apoio de seus pais e do treinador.
Em conclusão, o que se espera, na realidade, é que a fisioterapia seja, juntamente
com os outros aspectos terapêuticos da asma brônquica, um elemento que possa
auxiliar a criança asmática e sua família através da redução da freqüência e intensidade das crises, da diminuição da ansiedade e da segurança que um terapeuta possa representar para a criança e seus familiares.


Este texto foi escrito por MARIA LUCILA LIMA GONÇALVES GUIMARÃES
Instituto da Criança
Hospital das Clínicas
Av. Dr. Enéias de Carvalho Aguiar n.° 647
São Paulo — SP — CEP 05403
Brasil

Para lê-lo na íntegra acesse: http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/777.pdf